UNIVERSIDADE CONFESSIONAL
A confessionalidade
A confessionalidade refere-se à missão que a Mantenedora realiza através das instituições educacionais. A confessionalidade está pautada nos documentos, especialmente no Plano de Vida e Missão e no Diretrizes para a Educação. Desta forma, a confessionalidade deve levar em conta a forma como a Igreja Metodista lê a realidade e se orienta para cumprir sua missão.
Confessionalidade não é algo já “fechado”, mas sim algo dinâmico e em desenvolvimento, cujo principal motivador é o Reino de Deus. O prof. Clóvis Pinto de Castro compara a confessionalidade com uma casa grande que tem muitas janelas[1], através das quais pode ser observada a confissão e a ação que é praticada nestas Instituições. Mesmo considerando sua extensão, a confessionalidade é o “rosto” da Igreja.
O eixo diferenciador
O eixo diferenciador para a educação na Igreja Metodista apontado nos Documentos da Igreja é a formação para o pleno exercício da cidadania. Os apelos que vêm do contexto onde estamos inseridos e os indicativos do Reino de Deus expressos em nossos documentos, nos fazem apontar a cidadania como um dos objetivos da nossa ação educacional.
Nesta sociedade em constante transformação e substituição de valores e de costumes, se faz necessário uma formação voltada para o serviço, mesmo que profissional, que valoriza a vida e que questiona os sistemas dominantes que geram mortes.
É importante que os alunos sejam formados com esta perspectiva de vida e de profissão, para que seus atos promovam os direitos humanos, a defesa da vida, a legitimação dos valores fundamentais para a sociedade, o exercício responsável dos direitos e dos deveres dos cidadãos e, de maneira confessional, promovam a cidadania, ou seja, o direito “à educação, à saúde, ao trabalho, à alimentação, ao lazer, à habitação, à liberdade de expressão, à participação nas decisões político-econômicas, à cultura”[2], etc., valorizando a dignidade da pessoa humana.
A esportividade
Nesta linha da cidadania, está o esporte. As Escolas Metodistas inseriram em sua missão educacional a promoção da esportividade como um dos elementos necessários para a integração, socialização, valorização da vida, bem estar social e formação de valores tais como respeito, disciplina, superação, companheirismo e realização de objetivos.
Neste sentido, ao envolver alunos e alunas nas disputas esportivas a Universidade transmite este valores que permeiam sua missão e sua confessionalidade. Como diz o slogan, esporte é vida e a vida é a razão de ser da missão professada pela mantenedora da Universidade.
“Por ser uma instituição confessional, a Universidade assinala a espiritualidade em sua vivência. A espiritualidade está presente na vida humana. Independente de profissão de fé ou confissão religiosa, a espiritualidade se expressa na vivência da pessoa, seja através da arte, da música, da poesia, da luta política, do compromisso ético, do respeito, etc. A espiritualidade acentua a valorização da vida e promove os valores que fundamentam as relações entre as pessoas. Ela também humaniza estas relações e dá o tom para uma cultura de paz e de esperança”.[3]
A espiritualidade
Pensando da esportividade e na espiritualidade, o salmo 133 se destaca. Ele convida à convivência. Vejamos:
O salmo 133 abre uma conversa muito importante sobre a convivência. Na verdade ele convida o povo a “sentar junto” para conversar, trocar experiências e tratar das questões da vida. O salmista, autor deste salmo, destaca que o ato de sentar junto é uma benção de Deus para seu povo. Ele se faz presente quando isto acontece.
O salmo inicia com a expressão OH! Quando esta expressão aparece nos textos sagrados é prenúncio de algo muito importante que vai ser dito na seqüência. Neste caso, o destaque está no verbo habitar ou sentar junto.
O salmo nos diz para “sentarmos juntos”. Esta é uma boa tradução para o versículo 1, ou seja, habitar ou sentar-se junto (Bíblia de Jerusalém). Na verdade, esta expressão é o tema central do salmo. Sentar junto é viver e conviver. Indica o diálogo, a troca de informações e de experiências. Assinala o companheirismo e o apoio mútuo entre as pessoas que se sentam juntas.
Isto pode acontecer nos diversos ambientes:
1. No ambiente familiar - sentar à mesa para a refeição era algo extremamente importante para a família e a nação. No momento da refeição a família conversava, trocava idéias, etc. Era um momento sagrado.
2. No ambiente do povo - por ocasião das festas e das cerimônias, tais como casamento, nascimento, bodas, aniversário e outras datas comemorativas e que mobilizavam as pessoas para estarem juntas. Nestas ocasiões os festejos marcavam a vida das pessoas.
3. No ambiente de uma assembléia do povo – nestes momentos em que o povo se reunia para discutir as questões da vida e para decidir que rumo tomar. Nestas ocasiões discutiam-se os problemas comuns e buscava-se a orientação de Deus para os mesmos.
4. No ambiente do culto. Para falar da benção do culto e da celebração cúltica o salmista usa duas parábolas: o óleo que penetra na barba de Arão que, simbolicamente, indica força, saúde, paz e alegria e o orvalho que cai sobre o monte de Sião, que indica revitalização, renovação e, portanto, a benção de Deus.
5. No ambiente do esporte. A prática esportiva requer convivência e companheirismo. A superação das dificuldades e a realização dos objetivos requerem o empenho de todos os atletas e a convivência é fator de integração, amizade e fraternidade.
A convivência à luz do salmo 133
A convivência que o salmo propõe indica que o povo pode se fortalecer para enfrentar as lutas da vida. O sentar junto é como uma arma que não machuca e que não agride, mas que promove a tolerância, a fraternidade e, desta forma, derruba os muros e vence os obstáculos. Nas palavras do salmista, nada poderia vencer o povo se houvesse esta união.
A convivência deste ponto de vista é uma benção de Deus. O “sentar junto” era fundamental para a existência e sobrevivência do povo. Este convite é dirigido a nós hoje, seja para a convivência com nossa família ou com nossos colegas de trabalho e, ao sentarmos juntos, contaremos com a benção de Deus. A benção de Deus é a “vida para sempre” (Sl 133.3). Nos versos do rev. Isnard Rocha assim se expressou o salmista: “ali a benção e a vida de Deus pra sempre estarão”.
Bispo Josué Adam Lazier
Pastoral Universitária da UNIMEP
[1] Castro, Clóvis Pinto de, A Confessionalidade e a Dimensão Pública de nossas Instituições, em Revista do COGEIME n.º 12, 1998, pg. 96.
[2] Sampaio, Jorge Hamilton, Educação, Cidadania e Confessionalidade, em Revista do COGEIME n.º 8, 1996, pg. 99.
[3] Pastoral Universitária, Plano de Ação 2007-2010, Piracicaba, 2007.
A confessionalidade
A confessionalidade refere-se à missão que a Mantenedora realiza através das instituições educacionais. A confessionalidade está pautada nos documentos, especialmente no Plano de Vida e Missão e no Diretrizes para a Educação. Desta forma, a confessionalidade deve levar em conta a forma como a Igreja Metodista lê a realidade e se orienta para cumprir sua missão.
Confessionalidade não é algo já “fechado”, mas sim algo dinâmico e em desenvolvimento, cujo principal motivador é o Reino de Deus. O prof. Clóvis Pinto de Castro compara a confessionalidade com uma casa grande que tem muitas janelas[1], através das quais pode ser observada a confissão e a ação que é praticada nestas Instituições. Mesmo considerando sua extensão, a confessionalidade é o “rosto” da Igreja.
O eixo diferenciador
O eixo diferenciador para a educação na Igreja Metodista apontado nos Documentos da Igreja é a formação para o pleno exercício da cidadania. Os apelos que vêm do contexto onde estamos inseridos e os indicativos do Reino de Deus expressos em nossos documentos, nos fazem apontar a cidadania como um dos objetivos da nossa ação educacional.
Nesta sociedade em constante transformação e substituição de valores e de costumes, se faz necessário uma formação voltada para o serviço, mesmo que profissional, que valoriza a vida e que questiona os sistemas dominantes que geram mortes.
É importante que os alunos sejam formados com esta perspectiva de vida e de profissão, para que seus atos promovam os direitos humanos, a defesa da vida, a legitimação dos valores fundamentais para a sociedade, o exercício responsável dos direitos e dos deveres dos cidadãos e, de maneira confessional, promovam a cidadania, ou seja, o direito “à educação, à saúde, ao trabalho, à alimentação, ao lazer, à habitação, à liberdade de expressão, à participação nas decisões político-econômicas, à cultura”[2], etc., valorizando a dignidade da pessoa humana.
A esportividade
Nesta linha da cidadania, está o esporte. As Escolas Metodistas inseriram em sua missão educacional a promoção da esportividade como um dos elementos necessários para a integração, socialização, valorização da vida, bem estar social e formação de valores tais como respeito, disciplina, superação, companheirismo e realização de objetivos.
Neste sentido, ao envolver alunos e alunas nas disputas esportivas a Universidade transmite este valores que permeiam sua missão e sua confessionalidade. Como diz o slogan, esporte é vida e a vida é a razão de ser da missão professada pela mantenedora da Universidade.
“Por ser uma instituição confessional, a Universidade assinala a espiritualidade em sua vivência. A espiritualidade está presente na vida humana. Independente de profissão de fé ou confissão religiosa, a espiritualidade se expressa na vivência da pessoa, seja através da arte, da música, da poesia, da luta política, do compromisso ético, do respeito, etc. A espiritualidade acentua a valorização da vida e promove os valores que fundamentam as relações entre as pessoas. Ela também humaniza estas relações e dá o tom para uma cultura de paz e de esperança”.[3]
A espiritualidade
Pensando da esportividade e na espiritualidade, o salmo 133 se destaca. Ele convida à convivência. Vejamos:
O salmo 133 abre uma conversa muito importante sobre a convivência. Na verdade ele convida o povo a “sentar junto” para conversar, trocar experiências e tratar das questões da vida. O salmista, autor deste salmo, destaca que o ato de sentar junto é uma benção de Deus para seu povo. Ele se faz presente quando isto acontece.
O salmo inicia com a expressão OH! Quando esta expressão aparece nos textos sagrados é prenúncio de algo muito importante que vai ser dito na seqüência. Neste caso, o destaque está no verbo habitar ou sentar junto.
O salmo nos diz para “sentarmos juntos”. Esta é uma boa tradução para o versículo 1, ou seja, habitar ou sentar-se junto (Bíblia de Jerusalém). Na verdade, esta expressão é o tema central do salmo. Sentar junto é viver e conviver. Indica o diálogo, a troca de informações e de experiências. Assinala o companheirismo e o apoio mútuo entre as pessoas que se sentam juntas.
Isto pode acontecer nos diversos ambientes:
1. No ambiente familiar - sentar à mesa para a refeição era algo extremamente importante para a família e a nação. No momento da refeição a família conversava, trocava idéias, etc. Era um momento sagrado.
2. No ambiente do povo - por ocasião das festas e das cerimônias, tais como casamento, nascimento, bodas, aniversário e outras datas comemorativas e que mobilizavam as pessoas para estarem juntas. Nestas ocasiões os festejos marcavam a vida das pessoas.
3. No ambiente de uma assembléia do povo – nestes momentos em que o povo se reunia para discutir as questões da vida e para decidir que rumo tomar. Nestas ocasiões discutiam-se os problemas comuns e buscava-se a orientação de Deus para os mesmos.
4. No ambiente do culto. Para falar da benção do culto e da celebração cúltica o salmista usa duas parábolas: o óleo que penetra na barba de Arão que, simbolicamente, indica força, saúde, paz e alegria e o orvalho que cai sobre o monte de Sião, que indica revitalização, renovação e, portanto, a benção de Deus.
5. No ambiente do esporte. A prática esportiva requer convivência e companheirismo. A superação das dificuldades e a realização dos objetivos requerem o empenho de todos os atletas e a convivência é fator de integração, amizade e fraternidade.
A convivência à luz do salmo 133
A convivência que o salmo propõe indica que o povo pode se fortalecer para enfrentar as lutas da vida. O sentar junto é como uma arma que não machuca e que não agride, mas que promove a tolerância, a fraternidade e, desta forma, derruba os muros e vence os obstáculos. Nas palavras do salmista, nada poderia vencer o povo se houvesse esta união.
A convivência deste ponto de vista é uma benção de Deus. O “sentar junto” era fundamental para a existência e sobrevivência do povo. Este convite é dirigido a nós hoje, seja para a convivência com nossa família ou com nossos colegas de trabalho e, ao sentarmos juntos, contaremos com a benção de Deus. A benção de Deus é a “vida para sempre” (Sl 133.3). Nos versos do rev. Isnard Rocha assim se expressou o salmista: “ali a benção e a vida de Deus pra sempre estarão”.
Bispo Josué Adam Lazier
Pastoral Universitária da UNIMEP
[1] Castro, Clóvis Pinto de, A Confessionalidade e a Dimensão Pública de nossas Instituições, em Revista do COGEIME n.º 12, 1998, pg. 96.
[2] Sampaio, Jorge Hamilton, Educação, Cidadania e Confessionalidade, em Revista do COGEIME n.º 8, 1996, pg. 99.
[3] Pastoral Universitária, Plano de Ação 2007-2010, Piracicaba, 2007.