Se há alguma possibilidade de, na prática diária, buscar a aproximação necessária entre ciência e fé, esta acontece nas Pastorais Escolares e Universitárias. É interessante observar como o conhecimento nunca é neutro, nem isento de ideologia e agendas. Mesmo quem não se considera confessional, tem em si uma confessionalidade que lhe dirige o rumo intelectual, acadêmico, científico, político e por aí afora. Se a confessionalidade é a aparência exterior dos valores essenciais da fé, e se fé é um evento presente em toda a humanidade indistintamente, então todos são confessionais.
O ensino sempre será confessional, e talvez toda educação seja mesmo confessional. Daí, educação-confessional é um substantivo composto. Se na fé a possibilidade da dúvida tem sem lugar garantido, pois sempre haverá dúvida na fé, então a metodologia científica da dúvida sistemática não tem o abismal hiato em relação à fé. Duvido, por isso creio. Duvido, por isso pesquiso.
É herança nossa saber que razão e fé são parte integrante da vida humana de experiência transcendente com Deus. É melhor ainda compreender que há uma opção clara por um lado, uma tendência, uma metodologia, sem medo de ser controverso, mau entendido ou criticado por essa escolha. Ao ser uma instituição de uma Igreja, a escolha deve estar muito clara, o viés, a aproximação, a metodologia, a diretriz que afirma a identidade é visível. As sutilezas e características próprias sempre vão saltar aos olhos dos desavisados ou defensores de outras confessionalidades. Que façam as escolhas, pois a nossa está feita.